Sobre

Entre os diversos benefícios socioeconómicos inerentes à conclusão de um curso de grau académico, destacam-se o incremento das receitas fiscais, a melhoria dos salários e das carreiras profissionais, a redução das taxas de crime, o aumento da expectativa de vida e/ou a tomada de decisões mais informadas. Conforme mencionado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em Portugal, no ano de 2021, a taxa de emprego entre jovens licenciados de 25 a 34 anos superou em 8 pontos percentuais a dos jovens com apenas o ensino secundário, enquanto que a diferença salarial atingiu mais do que o dobro no caso dos licenciados na área das tecnologias da informação e comunicação [1]. O abandono escolar no ensino superior gera, assim, desafios consideráveis para o desenvolvimento e sucesso individual dos estudantes, em particular, e para o progresso da sociedade de uma forma geral.

Na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a taxa geral de abandono escolar no ano letivo de 2021/2022 foi de 9,3% [2], sendo que entre 2017/2018 e 2021/2022 a mesma situou-se nos 8,6% – valor médio (cf. Gráfico 1). Visto que são múltiplos os fatores que podem contribuir para aumentar o risco de abandono dos novos estudantes, como o baixo nível socioeconómico e/ou aproveitamento académico, a existência de problemas de saúde mental e/ou a inexistência de práticas de ensino de qualidade, diferentes estratégias têm vindo a ser adotadas a nível institucional para o prevenir. Uma delas é o Programa de Tutoria e Mentoria (PTM), implementado desde 2015, e que, recorrendo às figuras do tutor (docente da UTAD, preferencialmente da área de formação na qual o novo estudante ingressa) e do mentor (estudante da UTAD de anos mais avançados, do mesmo ou de outro curso), é responsável pela integração dos novos estudantes (mentorandos), bem como pelo seu acompanhamento e pela sinalização de eventuais situações de risco de abandono escolar.